O guaraná, um excelente tónico natural
Anti-fadiga e estimulante originário da Amazónia
O guaraná é consumido tradicionalmente pelos índios da Amazónia Satéré Mawé como supressor de apetite e para melhorar a vigilância durante as suas corridas na floresta. A semente foi introduzida já no século XVIII na Europa, onde era consumida pelas suas virtudes estimulantes e diuréticas.
Hoje em dia, consome-se o guaraná principalmente pelas suas propriedades anti-fadiga. A semente faz parte dos ingredientes principais das bebidas energéticas comercializadas.
O guaraná contém entre 4 e 6% de cafeína, ou seja, três a quatro vezes mais do que o café. Além disso, a cafeína contida no guaraná (também chamada de guaranina) tem a vantagem de ser libertada de forma mais gradual no organismo do que a do café.
Esta semente faz também parte do que se chama os nootrópicos naturais, pois os seus compostos ativos permitem melhorar as funções cognitivas e estimular o nosso cérebro. Assim, estudos mostram que uma suplementação com guaraná melhora a memória e a capacidade de aprendizagem, por exemplo. E os seus taninos permitem libertar a cafeína ao longo do tempo,
Outro efeito notável do guaraná: ajuda o nosso organismo a queimar mais facilmente as gorduras. Portanto, recomenda-se o seu consumo no contexto de dietas de emagrecimento, ou simplesmente para manter a linha.
O cultivo do guaraná biológico
O guaraná cresce tradicionalmente nas florestas tropicais da América. Cresce principalmente no Brasil, onde ainda é muito popular tanto como remédio tradicional entre os povos ameríndios como também como bebida.
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O guaraná provém de um arbusto que dá frutos vermelho-alaranjados com sementes em forma de olho. É por isso que também se chama « olho da floresta ». Deve o seu nome aos índios Guarani, uma tribo indígena que se encontra na Amazónia brasileira. Os índios Satéré-Mawé chamam-no tradicionalmente “Warana”, uma denominação de origem controlada que se encontra em produtos de qualidade.
As sementes de guaraná consumidas pelos povos ameríndios provêm da colheita selvagem ou de um modo de produção extrativista (floresta plantada com outras espécies de plantas alimentares e medicinais).
Perante o sucesso do guaraná como superalimento energético, os industriais começaram a interessar-se pela sua produção e a intensificá-la, mesmo que isso implique privilegiar a monocultura e modificar geneticamente a planta para obter um melhor rendimento.
Atualmente, os dois modos de produção subsistem, um tradicional com sementes de guaraná biológico, e outro mais intensivo, destinado sobretudo às bebidas energéticas. Para aproveitar ao máximo as virtudes do guaraná enquanto se protege o ambiente e a floresta amazónica, privilegiar-se-á o guaraná biológico.
Como consumi-lo?
O consumo tradicional do guaraná
O guaraná consome-se em sementes puras, em cápsulas ou em pó, diluído em água ou sumo. Pode ser utilizado em caso de fadiga pontual ou em cura.
As tribos ameríndias consomem as sementes de guaraná torradas, depois reduzidas a pó e diluídas em água. Esta bebida amarga é o preparado tradicional dos índios Satéré-Mawé. Eles chamam-na çapo.
É utilizada como uma bebida ritual para acolher os convidados, ou como bebida medicinal. São os verdadeiros guardiões desta planta : « o guaraná não pode desenvolver-se como arbusto sem os Sateré Mawé, e os Sateré Mawé não podem viver sem guaraná ».
Guaraná em pó, em sementes ou em cápsulas?
Raramente se encontra o guaraná nessa forma tradicional nas nossas paragens. Pode comprar-se guaraná biológico em pó, a diluir em água, em sumo ou num iogurte uma a duas vezes por dia, mas o seu sabor amargo pode desencorajar algumas pessoas.
As cápsulas de guaraná biológico devem ser tomadas como um tratamento. Se o pó puder ser dosado mais facilmente, as cápsulas são o formato mais prático. As sementes de guaraná biológico podem ser mastigadas diretamente na boca ; aconselha-se a não exceder dez sementes por dia.
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O guaraná pode também ser utilizado em cosmética biológica pelas suas virtudes antioxidantes e anti-envelhecimento. Por vezes entra como componente nas cremes anti-idade. Em uso interno, é também um excelente aliado da beleza da pele !
Precauções de utilização
Recomenda-se consumir o guaraná de preferência de manhã, para tirar o melhor partido dos seus efeitos energizantes. Cuidado com os riscos de insónia em caso de sobredosagem ou de consumo de guaraná demasiado tarde no dia !
É preferível não exceder 5 g de guaraná por dia, ou mesmo menos se também se consumir café ou outra fonte de cafeína.
Por que preferir o guaraná biológico?
O guaraná industrial perde parte dos seus benefícios
O grande sucesso do guaraná no Brasil e além levou a indústria a cultivar a semente de forma intensiva. Contudo, é preferível consumir guaraná biológico para aproveitar ao máximo as suas virtudes.
A produção industrial de guaraná é realizada com grande recurso a fertilizantes e pesticidas, o que provoca danos irreversíveis nas terras e nas águas deste frágil ecossistema que é a Amazónia brasileira.
Além disso, a torrefação do guaraná industrial é feita em fornos de ferro, o que possibilita uma secagem mais rápida, mas tem o efeito de perturbar a composição química da semente. Ela perde assim parte das suas virtudes.
Pela saúde e pelo ambiente, privilegie o guaraná biológico e de comércio justo
O guaraná biológico procede de um modo de produção que proíbe fertilizantes químicos e pesticidas. Não há, portanto, risco de encontrar resíduos de pesticidas quando consome guaraná certificado biológico.
Além disso, é preferível privilegiar o guaraná proveniente do comércio justo : terá assim a garantia de que provém de pequenas plantações da floresta amazónica, e que os produtores recebem um rendimento digno.
Os cultivadores tradicionais de guaraná, em primeiro lugar as tribos ameríndias, detêm um saber-fazer milenar no que diz respeito ao cultivo e à transformação desta planta. Ao consumir guaraná biológico e de comércio justo, garante-se o respeito e a perpetuação desse saber-fazer.
O guaraná nativo dos Índios Satéré Mawé, por exemplo, é comercializado em comércio justo, o que garante tanto a qualidade nutricional do produto como a preservação do ambiente e dos saberes. Por isso, presta-se atenção especial aos selos e à origem ao comprar guaraná.
