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Eleuterococo, o ginseng siberiano

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Difícil de pronunciar o seu nome à primeira! Descubra as propriedades do eleuterococo ou « ginseng siberiano », um arbusto cuja raiz possui, entre outras, propriedades tonificantes e estimulantes.

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eleuterococo
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BENEFÍCIOS DO ELEUTERCOCO
✓ Melhora a resistência ao stresse
✓ Estimula e regula o sistema imunitário
✓ Tonifica o organismo e reduz a fadiga
✓ Melhora as funções cognitivas
✓ Regula a glicémia

O que é o eleuterococo?

Eleuterococo é um arbusto pertencente à família das Araliáceas. Ali encontra-se também o famoso ginseng (Panax ginseng) e a hera, comuns nas nossas regiões. O género Eleutherococcus conta com cerca de trinta espécies, incluindo o Eleutherococcus senticosus e o Eleutherococcus sieboldianus. Embora esta última faça também parte da farmacopeia tradicional chinesa, é o Eleutherococcus senticosus que hoje é utilizado pelas suas propriedades medicinais em todo o mundo. Assim, quando se fala do eleuterococo, designa-se comumente essa espécie.

O eleuterococo é originário da Sibéria oriental, a parte asiática da Rússia. Robusto e capaz de suportar temperaturas muito baixas, cresce também nas regiões frias da China, do Japão e da Coreia do Sul.

Devido à sua origem geográfica e por pertencer à mesma família do ginseng, o eleuterococo é apelidado de « ginseng siberiano ». Mas, embora tenham algumas propriedades em comum, estas duas plantas não devem ser confundidas.

Podendo atingir 3 m de altura, o eleuterococo é um arbusto muito espinhoso o que lhe valeu o apelido de « arbusto do diabo ». Possui folhas verdes palmadas e tem a particularidade de ter flores de cores diferentes : o violeta nas flores masculinas e o amarelo-esverdeado nas flores femininas. Após a floração, o arbusto produz numerosas bagas pretas em cachos. Mas o interesse medicinal do eleuterococo esconde-se na sua raiz…

eleutherocoque opinião
arbusto de eleuterococo

Também chamado « raiz da taiga », o eleuterococo é utilizado para fins medicinais desde a Antiguidade. No nordeste da Ásia, consome-se em infusão ou decoção pela sua ação tónica e anti-fadiga. É particularmente reputado por aumentar a longevidade e reforçar o sistema imunitário. Na medicina tradicional chinesa, também faz parte das plantas tónicas do baço, como a astragale (Astragalus membranaceus) e o ginseng.

Foi a partir dos anos 50, graças às investigações científicas, que o eleuterococo se tornou conhecido para além das fronteiras russas e chinesas. Hoje é uma planta reputada em todo o mundo, consumida sob a forma de suplemento alimentar.

Composição nutricional

  • Acides aminés
  • Vitamines : pro-vitamine A (bêta-carotène), C, E
  • Minéraux et oligo-éléments : calcium, phosphore, potassium, magnésium, sodium, aluminium, fer, brome, cuivre, zinc, chrome, germanium
  • Saponines : éleuthérosides B (syringine), E et A
  • Polysaccharides : éleuthéranes A et G
  • Composés phénoliques : coniférine
  • Acides phénoliques : acide chlorogénique, acide caféique
  • Hétérosides
  • Lignanes
  • Coumarines : isofraxidine
  • Stérols : daucostérol, sistostérol
  • Résines
eleutherocoque ou ginseng russo
São as raízes do eleuterococo que se utilizam em fitoterapia.

Os benefícios do eleuterococo


🙏🏻 Melhora a resistência ao stresse

Como o ginseng, a maca (Lepidium meyenii) ou a rhodiola (Rhodiola rosea), o eleuterococo é uma planta adaptogénica. Assim, aumenta a resistência do organismo face às diferentes situações de stress (físicas ou psicológicas) e ajuda-o a defender-se melhor.

As propriedades adaptogénicas do eleuterococo devem-se aos eleuterósidos contidos na sua raiz, e nomeadamente ao eleuterósido E. Por um lado, o eleuterósido E atua sobre a corticosterona, uma hormona libertada pelas glândulas suprarrenais em resposta ao stress. Ao reduzir a produção de corticosterona, o eleuterósido E tem portanto um efeito calmante e anti-stress.

Por outro lado, o eleuterococo contribui para a manutenção da homeostase, ou seja, para o equilíbrio do organismo. Assim, atua como um estabilizador para permitir o regresso ao equilíbrio em caso de situações stressantes.

Finalmente, o eleuterococo contém vitaminas, minerais e oligoelementos que contribuem para reduzir o stress e a ansiedade. É o caso da vitamina C (ou ácido ascórbico), do zinco, do magnésio e do cálcio.

Este estudo da universidade de Ehime (Japão) mostra como o eleuterósido E reduziu o nível de corticosterona em camundongos em situação de stress.


🛡 Estimula ou regula o sistema imunitário

Muitos estudos demonstraram que o eleuterococo tem uma ação benéfica sobre a imunidade. Atua tanto nas defesas naturais como na resposta do sistema imunitário.

O eleuterococo aumenta a quantidade de linfócitos (glóbulos brancos) que ajudam o corpo a combater doenças e infeções. Também favorece a produção de interleucina-1 e interleucina-6, envolvidas na imunidade. Por fim, o eleuterococo melhora a resposta humoral, ou seja, a produção de anticorpos em caso de agressão. Neste sentido, possui propriedades imunostimulantes.

Mas o eleuterococo pode tanto estimular como frenar as reações do sistema imunitário quando estas estão demasiado ativas e excessivas. É o caso em alergias ou em algumas doenças autoimunes. Assim, o eleuterococo regula e exerce um efeito imunomodulador.

Tal como o cordyceps (Ophiocordyceps sinensis) e o reishi (Ganoderma lucidum), também contém germânio, um oligoelemento que contribui para manter o sistema imunitário em equilíbrio.

Este estudo do Instituto Nacional de Tuberculose e Doenças Pulmonares (Polónia), realizado em camundongos, demonstra que o eleuterococo possui propriedades imunomoduladoras, melhorando a resposta celular e humoral.

Este outro estudo da companhia farmacêutica Boehringer Ingelheim (Alemanha), realizado em ratos, mostra também os efeitos benéficos do eleuterococo na imunidade.


⚡️ Tonifica o organismo e reduz a fadiga

Na medicina tradicional chinesa, o eleuterococo é considerado um tónico geral e é indicado para combater a fadiga física ou mental. Hoje, esta ação é reconhecida pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos), pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela Comissão E.

Mais uma vez, são os eleuterósidos, e nomeadamente o eleuterósido E, que são responsáveis pela ação anti-fadiga do eleuterococo. Além disso, contém também outros nutrientes tonificantes como a vitamina C, o cálcio, o magnésio e o zinco.

Assim, o eleuterococo é particularmente interessante para pessoas idosas, durante esforços físicos intensos, de sobrecarga intelectual, de fadiga passageira ou crónica, em caso de doenças virais ou durante um período de convalescença.

Este estudo da Second Military Medical University de Xangai (China), realizado em ratos, mostra a eficácia dos eleuterósidos para aliviar a fadiga física e mental.

Este outro estudo da Universidade de Iowa (Estados Unidos), realizado em pacientes com fadiga crónica, mostra o potencial do eleuterococo para reduzir a gravidade e a duração da fadiga.


👩🏻‍🏫 Melhora as funções cognitivas

O eleuterococo tem uma ação benéfica nas funções cognitivas, nomeadamente na concentração e na memória a curto prazo. Tal como o ginkgo biloba, é um estimulante intelectual que melhora as funções cerebrais.

Esta ação deve-se à presença de pro-vitamina A (ou beta-caroteno) que protege as células do cérebro, limita o declínio das funções cognitivas e melhora a memória. O seu efeito é multiplicado quando está associada à vitamina C.

Por fim, o eleuterococo contém ferro, um oligoelemento essencial para os neurónios porque favorece a sua oxigenação. Assim, o ginseng siberiano torna o cérebro mais eficiente e ajuda a memorizar melhor.

Porque também é adaptogénico e permite uma melhor gestão do stresse, o eleuterococo é o aliado ideal para os estudantes durante os exames.

Este estudo da academia médica de Stavropol (Rússia), realizada em seres humanos, mostra os efeitos benéficos do eleuterococo na memória a curto prazo.


🍭 Regula a glicémia

O eleuterococo parece promissor para regular a glicémia em pessoas diabéticas. De facto, contém a siringina, um princípio ativo também presente em certas plantas como o lilás, a forsítia ou o ligustro.

A siringina exerce um efeito hipoglicemiante (reduz a taxa de açúcar no sangue) e melhora a síntese de glicogénio nas células. Por outro lado, o eleuterósido E melhora a resistência à insulina, ao mesmo tempo que reduz a glicemia e favorece a absorção da glicose.

Este estudo da universidade médica de Taipei (Taiwan), realizado em ratos diabéticos, confirma o efeito hipoglicemiante da siringina do eleuterococo.

Este outro estudo do Korea Food Research Institute (Coreia do Sul), realizado em camundongos, mostra o interesse do eleuterósido E em casos de diabetes tipo 2.

eleuterococo
O eleuterococo é uma planta adaptogénica: permite aumentar a resistência a diferentes tipos de stresse

Como consumir o eleuterococo?

Eleuterococo em comprimidos

Os comprimidos ou cápsulas de eleuterococo são fáceis de encontrar em lojas biológicas e especializadas ou na Internet. Contêm pó de raiz seca.

Para aproveitar plenamente os benefícios do eleuterococo, os comprimidos devem apresentar um teor suficiente de eleuterósidos (pelo menos 0,8% ou seja 3,8 mg de eleuterósidos por 480 mg de pó).

Eleuterococo em pó

O eleuterococo é também comercializado em pó. Após a colheita, a raiz é então seca e reduzida a pó para ser comercializada. Contém geralmente entre 0,6 e 0,9% de eleuterósidos.

O pó de eleuterococo mistura-se facilmente com água, sumo de fruta ou leite vegetal. Permite também preparar uma infusão. Para isso, verta 2 a 4 g de pó de eleuterococo em 150 ml de água a ferver. Deixe infundir durante 10 minutos e adoce adicionando uma colher de mel.

planta adaptogénica
As raízes do eleuterococo são secas e reduzidas a pó

Eleuterococo em tintura-mãe

A tintura-mãe de eleuterococo é obtida por maceração hidroalcoólica da raiz. Esta forma de suplemento alimentar é geralmente concentrada em eleuterósidos. Dissolve-se facilmente num pouco de água ou de sumo de fruta.

Mas a tintura-mãe tem a desvantagem de conter muito álcool. Por isso, é desaconselhada a mulheres grávidas, a crianças ou a pessoas que sofram de certas patologias.

Eleuterococo e plantas medicinais

O eleuterococo associa-se com muitas plantas medicinais e superalimentos. Contra a fadiga física, pode complementar as suas tomadas de eleuterococo com espirulina (Arthrospira platensis) ou com a acerola (Malpighia emarginata).

Em caso de excesso de trabalho ou para melhorar o seu desempenho intelectual, associe o eleuterococo com o bacopa (Bacopa monnieri), o ginkgo biloba ou ainda a maca (Lepidium Meyenii) que melhoram a concentração e a memória.

Consumir de forma sustentável: privilegiar o eleuterococo biológico e de comércio justo

✓ Aconselhamos que escolha eleuterococo certificado biológico, cultivado segundo os princípios da agricultura biológica e, portanto, sem produtos químicos. Além de preservar o ambiente, evitará os resíduos de pesticidas no produto final. Prefira igualmente cápsulas sem OGM, sem excipientes, sem conservantes e não ionizadas.

✓ Hoje, o eleuterococo provém maioritariamente da China, da Coreia do Sul e do Japão. Na China, o clima e os solos da província de Shanxi, no nordeste do país, e de Hebei, a leste, são particularmente propícios ao seu cultivo.

✓ Infelizmente, a procura mundial crescente gera colheitas intensivas. Na Coreia, por exemplo, o eleuterococo é uma planta protegida porque está em vias de extinção. No momento de escolher o seu suplemento alimentar, verifique a proveniência e privilegie cadeias de comércio justo.

Posologia

⚖️ A posologia recomendada varia de 0,5 a 4 g de eleuterococo por dia.

⏳ Para obter resultados, as tomas devem ser regulares e prolongar-se por pelo menos 6 semanas. No entanto, não é aconselhável tomar eleuterococo por mais de 3 meses consecutivos.

⏳ Recomenda-se não consumir eleuterococo ao final do dia para evitar insónias. Prefira tomas de manhã ou ao almoço. Evite também consumir outros estimulantes como o café para não perturbar o sono.

⏳ É possível consumir eleuterococo sob a forma de ciclos de 6 semanas, 3 a 4 vezes por ano, fazendo pausas entre cada um. Estes ciclos são interessantes em caso de fadiga intensa, de convalescença ou como prevenção antes das mudanças de estação para reforçar o organismo.

💊 Em comprimidos : de 0,5 a 4 g por dia, em 1 a 3 tomadas. 

🥄 Em pó : 1 g, 2 a 3 vezes por dia.

🍵 Em infusão : 2 chávenas por dia.

🧪 Em tintura-mãe : 3 x 20 a 40 gotas por dia.

Contraindicações e efeitos secundários

O consumo de eleuterococo apresenta algumas contra-indicações :

  • Par mesure de précaution, les jeunes enfants, les femmes enceintes ou allaitantes doivent éviter de prendre de l’éleuthérocoque.
  • Les personnes souffrant d’hypertension, de problèmes cardiaques (cardite rhumatismale, athérosclérose) ou de troubles nerveux doivent éviter d’en consommer ;
  • Les personnes diabétiques, souffrant d’obésité ou atteintes d’un cancer hormono-dépendant doivent consulter leur médecin avant d’en prendre ;
  • L’éleuthérocoque peut interagir avec les médicaments hypoglycémiants, anticoagulants, hypotenseurs ou hypertenseurs.

Um consumo excessivo de eleuterococo pode provocar os efeitos secundários seguintes :

  • Augmentation de la tension artérielle.
  • Maux de tête.
  • Palpitations et tachycardies.
  • Insomnies.
  • Diarrhées.
  • Irritabilité, hyperexcitation et énervement.

Se sentir efeitos secundários, interrompa o consumo e consulte um médico.

História, cultivo e mercado do eleuterococo

Na China, o eleuterococo é utilizado há mais de 4000 anos devido às suas propriedades medicinais. Numa época em que o ginseng coreano era particularmente caro e sujeito a colheitas excessivas, o eleuterococo era uma planta local, abundante e muito mais acessível, daí o seu apelido de «ginseng dos pobres».

Mas foi apenas no século XX que a planta despertou grande interesse. Na década de 50, os doutores Brekhman e Lazarev, que já tinham realizado pesquisas aprofundadas sobre plantas adaptogénicas, destacaram os benefícios do eleuterococo na gestão do stresse.

Mais tarde, na década de 1970, o eleuterococo tornou-se muito popular na Rússia. Diz-se então que os atletas russos o consumiam para melhorar o seu desempenho desportivo. Finalmente, embora a informação não tenha sido verificada, os astronautas da estação espacial Mir também terão consumido eleuterococo para aumentar a sua força, a sua resistência e limitar os efeitos da ausência de peso.

planta tónica
O eleuterococo tonifica o organismo e reduz a fadiga

Dossiê realizado por Julia Perez e Charlotte Jean


Fontes e estudos científicos

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