Além de uma dieta equilibrada, rica em fibras, vitaminas, leguminosas e produtos não processados, de uma boa hidratação e de atividade física regular, algumas plantas permitem promover a perda de peso.
A fitoterapia define-se como a terapêutica por plantas. Utilizamos-nas desde sempre e por todo o mundo. São consumidas de forma direta, como em infusões, ou extraídas, como nos óleos essenciais.
As plantas «queimadoras de gordura» aumentam o gasto energético do organismo ao recorrer às suas reservas (as gorduras), as plantas supressoras do apetite diminuem a ingestão de energia, as plantas diuréticas e drenantes facilitam a eliminação de água e gorduras.
Partilho convosco as 9 plantas que utilizamos em fitoterapia para acompanhar uma perda de peso, e os meus conselhos para as usar e consumir corretamente.
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1. As folhas de chá verde
Ricas em cafeína (2 a 4%) e em polifenóis (> 20% da massa seca), as folhas de chá verde (Camellia sinensis) consumidas em forma de pó aumentam o gasto energético de forma mais significativa do que a cafeína isolada, como se pode ler em este estudo.
Atenção, no entanto, a respeitar bem as doses recomendadas, ou seja 500 mg de pó de chá verde por dia durante 1 mês. A cafeína em doses elevadas provoca efeitos nocivos, como taquicardia e hipertensão, nomeadamente.
Aconselho uma toma de manhã, durante ou após o pequeno-almoço para favorecer a absorção do chá verde. Desaconselho tomá-lo em jejum! Se se suplementa com ferro, recomendo evitar o chá verde porque inibe a absorção do ferro.
2. O guaraná
O fruto do guaraná (Paullinia cupana) contém 3,6 a 5,8% de cafeína. Trata-se de a planta mais concentrada em cafeína. Como acontece com o chá verde, o seu pó é utilizado pelas suas propriedades termogénicas e antioxidantes.
Aliás, o guaraná está indicado em pessoas com excesso de peso, como mostra este ensaio clínico.
Recomendo 450 mg até 3 vezes por dia, preferencialmente antes das 16h para evitar problemas de sono. O meu conselho: tenha muita atenção em respeitar as doses e não consumir café além disso.
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3. O pó de konjac
O konjac (Amorphophallus konjac) é uma planta originária da Ásia. Usa-se o seu tubérculo, muito rico em fibras, na alimentação, na cosmética e na fitoterapia.
Efetivamente, os polissacarídeos do konjac são as únicas fibras alimentares que têm uma alegação de saúde reconhecida pela a EFSA (a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) na perda de peso : « […] contribuem para a perda de peso quando são consumidos no âmbito de uma dieta hipocalórica ».
Encontrará frequentemente na forma de noodles, mas eu recomendo 1g de pó de konjac, três vezes por dia com 1 a 2 copos de água, antes da refeição. Para otimizar a ação do konjac, não hesite em beber pelo menos 1,5 L de água por dia.
4. O pó de nopal
O pó de nopal (Opuntia ficus‐indica), que também é conhecido pelo nome de figueira-da-Índia, possui a capacidade de fixar as gorduras e facilitar a sua excreção.
Este estudo mostra aliás que o consumo de pó de nopal conduz a reduções significativas da percentagem de gordura corporal, da tensão arterial e do colesterol total.
O pó consome-se durante as refeições. Deve considerar-se entre 800 mg e 1g por dia.
5. O extrato de fucus
O fucus (Fucus vesiculosus) é uma alga das praias atlânticas e dos mares frios. Como a maioria das algas, o fucus é rico em iodo, um oligoelemento que estimula a glândula tiróide. Ao estimular esta glândula, o iodo atua nomeadamente no metabolismo: é o efeito queimador de gordura.
Além do iodo, o fucus é rico em fibras de polissacáridos. Estas têm a propriedade de inchar no estômago quando são absorvidas com água suficiente. Elas reduzem a sensação de saciedade e atuam como supressor do apetite.
Outras fibras presentes, os alginatos, inibem a absorção de lípidos e limitam o acúmulo de gorduras como mostra este estudo.
Chamo, no entanto, a sua atenção para as múltiplas contraindicações do fucus devido à sua composição em iodo. É proibido em caso de patologias da tireóide, patologias cardíacas, patologias renais, em crianças, na mulher grávida e na mulher que está a amamentar. E recomendo que não o utilize por mais de 3 semanas.
6. O feno-grego
Os frutos do feno-grego (Trigonella foenum graecum) são tradicionalmente usados para regular a glicémia e limitar os desejos de açúcar, como indica este artigo do Vidal, o dicionário dos farmacêuticos.
Moído em pó, o feno-grego permite também regular o apetite e evitar os ataques de fome.
Recomendo entre 1 g a 5 g de pó por dia, a tomar durante as refeições e conforme as necessidades.
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7. O pó de kudzu
A raiz do kudzu (Pueraria lobata) é utilizada na medicina chinesa pelas suas propriedades adaptogénicas. Os seus princípios ativos permitem reduzir a resposta do organismo, física e psicologicamente, ao stresse.
Esta planta revela-se muito útil para colmatar os problemas de dependência (álcool, tabaco, açúcar…) como se pode ler neste étude.
De facto, o kudzu atua no sistema de recompensa ao inibir as sensações de falta, o que pode ser interessante para diminuir os desejos de açúcar.
Aconselho um tratamento de pelo menos 3 meses, prevendo 1 a 3 g de pó de raízes de kudzu por dia.
8. Os talos de cereja
Os caules de cereja utilizados em fitoterapia provêm do Griottier (Prunus cerasus), originário da Europa e do sudoeste da Ásia. Tradicionalmente usamos-nas pelas suas propriedades depurativas, como mostra este étude. Fazem, portanto, parte das plantas que facilitam a eliminação da água.
Consumem-se secas em infusão, a partir de 3 chávenas por dia durante 2 semanas.
Além disso, se sofre de infeções urinárias e, nomeadamente, de cistite, podem revelar-se úteis porque são antissépticas urinárias.
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9. A seiva de bétula
A seiva da bétula (Betula pubescens) tem propriedades diuréticas e drenantes hepáticas e renais. Estas propriedades são reconhecidas, como mostra este excerto do Vidal, obra farmacêutica de referência.
Permite desintoxicar o fígado e os rins, eliminar os resíduos do organismo, reduzir o excesso de colesterol, e combater a retenção de líquidos e a celulite.
Além disso, é rica em antioxidantes e vitaminas; o que é ideal para revitalizar o organismo e favorecer a flexibilidade das articulações.
Colhe-se em março, quando a seiva sobe das raízes para os botões, antes do aparecimento das folhas novas.
O tratamento de 3 L dura 20 dias, isto é, 15 cL todas as manhãs ao acordar. Os meus clientes adoram-no!
Os meus conselhos antes de utilizar a fitoterapia para emagrecer
Para garantir um resultado ótimo, é necessário respeitar as dosagens, a duração dos tratamentos e adaptar o seu modo de vida (alimentação, hidratação, desporto, sono, etc.). Esteja bem atento às recomendações: algumas plantas são contra-indicadas consoante a idade, as patologias ou tratamentos medicamentosos.
Estas plantas podem ser consumidas de diferentes formas: infusão, pó de planta, extrato hidroalcoólico. Atenção, nem todas as plantas se consomem em infusões !
Aconselho, acima de tudo, que encontre a forma com a qual terá mais regularidade. Porque as plantas devem ser tomadas várias vezes por dia durante pelo menos 2 a 3 semanas.
Se preferir as plantas em pó, opte por cápsulas. De facto, o pó ‘livre’ oxida-se mais facilmente e a sua dosagem é menos precisa.
Assegure-se da qualidade das plantas, privilegiando a agricultura biológica e local. O resultado dependerá da qualidade inicial da planta. E recorra a pessoas qualificadas em herboristeria para o aconselhar e vender-lhe as plantas adequadas.
Fontes e estudos científicos
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Fitoterapia: Feno-grego, VIDAL
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Fitoterapia: Bétula, VIDAL
