MEMO SOBRE O MORINGA
✓ É uma árvore das regiões equatoriais com crescimento extremamente rápido
✓ Está carregada de proteínas, aminoácidos essenciais, vitaminas e ferro
✓ É também uma fonte natural de antioxidantes
✓ É anti-inflamatório e contribui para regular a pressão arterial e a glicémia
Mae Sot e os refugiados Karen
Foi ao pesquisar sobre o cultivo do moringa na Tailândia e na Birmânia (Myanmar) que demos com o canal do YouTube de MORINGOOD. Não é apenas uma marca de moringa fresco em pó e em cápsulas, mas um projeto solidário nascido há dois anos perto de Mae Sot, na fronteira tailandesa-birmanesa. O seu fundador Thibaud, um jovem suíço de 30 anos, conta-nos a sua história, sem filtros. Num franglês resultado de 9 anos de expatriação na Tailândia 🙂
“Há três anos, eu era viciado. Estava aqui em Banguecoque. Tomava drogas, bebia, fumava e também era viciado em sexo. Pronto. Na altura fazia documentários, e foi-me permitido ir a Mae Sot, na fronteira com a Birmânia, para trabalhar nos direitos humanos.”
Mae Sot é uma das principais portas de acesso para a Birmânia. É também um local onde muitos membros da etnia Karen se refugiam, perseguidos pelo exército birmanês. Os Karen estão em conflito desde 1948 com a junta militar birmanesa e hoje sofrem expropriações.
Thibaud instala-se em Mae Sot e cria laços com os Karen, nomeadamente com professores. Estes levam-no à igreja (os Karen são budistas e cristãos).
“Comecei a rezar a Jesus. Procurei ser útil, compreender como se pode sentir realizado na vida. Para atingir esse grau de satisfação, que não se consegue saciar com bens materiais, percebi que era preciso pôr-se ao serviço dos outros.”
A visão divina: More in Good
Ele mudou então radicalmente o seu estilo de vida e voltou por algum tempo para a Suíça.
“O meu irmão tinha problemas inflamatórios nos ombros e, depois de se informar, comprou moringa numa loja biológica e começou a tomar. Ao fim de duas semanas já tinha desaparecido, quando ele andava com aquilo há anos! Mas isso não me marcou muito na altura, porque eu não tenho problemas de saúde.”
Espera-se então que ele nos conte como, afinal, o irmão conseguiu convencê‑lo das propriedades excecionais do moringa. Mas o intermediário é mais surpreendente…
“Eu estava a trabalhar num longa‑metragem. Na altura rezava muito a Jesus. Estava na equipa de decoração do filme, estava a pintar uma parede branca, ou a lixar, uma cena um pouco aborrecida. E PUM, recebi a visão da Moringood. Tudo estava lá. O nome, o modelo de negócio. Estava extremamente claro: tinha de voltar a Mae Sot, na fronteira, e montar um projeto com os Karen. E íamos começar a plantar milhares de árvores.”
Um negócio de caridade apoiado pela diáspora
E adivinha, foi isso que aconteceu! Thibaud voltou a Mae Sot e partilhou a sua ideia com os amigos Karen. E oito meses depois, em colaboração com as comunidades locais, 5000 árvores tinham sido plantadas, dos dois lados da fronteira (separada naquele ponto por um rio, que se pode atravessar facilmente).
“Os Karens, quer sejam refugiados na Tailândia quer regressem para o lado birmanês após anos de exílio, vivem em condições extremamente precárias. Eles tentam sobreviver plantando milho e feijão, e para isso endividam-se, usam fertilizantes e pesticidas para um melhor rendimento, e as terras acabam completamente poluídas e já não conseguem produzir.”
A Moringood propõe-lhes uma alternativa: cultivar uma árvore de crescimento extremamente rápido e com propriedades nutritivas reconhecidas. O moringa é, portanto, duplamente interessante para eles: integrado na alimentação, permite suprir algumas carências. E o seu cultivo é rapidamente rentável.
Thibaud garante-nos que o seu moringa é 100% biológico, isento de pesticidas e de fertilizantes sintéticos, o que não é tarefa fácil nessas regiões onde a Monsanto reina.
A Moringood é antes de tudo um negócio solidário. Ou seja, uma empresa cujo objetivo é simultaneamente ganhar dinheiro e ter um impacto social e ambiental positivo. Uma parte dos lucros da venda do moringa em pó é revertida para as escolas locais, parceiras do projeto. Thibaud interroga-se sobre a perenidade das ONG presentes em Mae Sot.
“Se eu pudesse dedicar-me apenas à filantropia, eu o faria. É uma coisa bonita. Mas se, como todas as ONG que estão em Mae Sot, te apoias apenas nas doações, um dia isso pode acabar. E então o que fazes? Gosto deste adágio: dá um peixe a um homem e ele comerá por um dia, ensina-o a pescar e ele comerá para sempre.”
É assim que os professores das escolas parceiras da Moringood também envolvem os seus alunos no projeto, e lhes ensinam o que é o moringa, os seus benefícios para a saúde, e como o colher.
Há cerca de 5 milhões de Karens no mundo. A diáspora está sobretudo presente na Austrália, no Canadá e na Suécia. A etnia mostra uma grande solidariedade para com os refugiados.
“A nossa clientela é sobretudo os Karens de todo o mundo! 80% dos nossos clientes são Karens. Os restantes são turistas que vêm visitar a nossa loja em Mae Sot.”
Os benefícios do moringa para as pessoas e para a terra
Thibaud lembra-nos, com um entusiasmo sem limites, por que o moringa é bom para nós e para a terra. Aliás, como é que esta árvore, apelidada de “milagrosa”, é e como a cultivamos?
Uma árvore muito generosa
“Então é uma árvore que cresce na faixa equatorial, em todos os continentes. E cresce muito rapidamente! É composta por 75% de água. Se estás na floresta, tens sede, partes um ramo e bebes !”
Bom saber.
“É uma árvore muito generosa. Come-se tudo! Tem frutos compridos, que se comem em sopa, e cujas sementes se podem recolher uma vez secas. Produz imensas sementes e folhas, ultra-carregadas de nutrientes. Podes também comer as flores, fazer chá com as folhas, óleo, e pasta de dentes com as cinzas dos pequenos ramos.”
Uma produção respeitadora da terra e uma colheita rápida
“Colhemos estas sementes, plantamo-las antes da época das chuvas, e quatro meses mais tarde já cresce, podemos recolher as folhas! Isto depende, contudo, de haver sol durante a época das chuvas. Depois, quando é a estação seca, com sol, cresce ainda mais! Não usamos nem fertilizantes sintéticos nem pesticidas.”
“Nos mercados indianos e chineses de moringa industrial, não só as folhas são secas a altas temperaturas, pelo que têm muito menos benefícios, como também se encontram vestígios de metais pesados e de pesticidas !”
Por sua parte, Thibaud e os seus amigos Karens respeitam a terra, não têm uma produção enorme. As suas árvores são saudáveis, têm muito pouco stock, garantindo um grande frescor do produto.
Lavagem e secagem das folhas
Moringood acaba de se instalar numa nova fábrica, mais espaçosa que a anterior, na qual se preparam as folhas. Primeiro são postas de molho em água limpa, depois em água salgada, para matar os microrganismos. Enxaguam-se novamente e deixam-se secar em redes, à sombra, para preservar a clorofila do sol.
São secas com a ajuda de um desumidificador de baixa temperatura, de forma a conservar todos os seus benefícios. Depois são comprimidas numa máquina para obter o pó. Este é colocado em pequenos saquinhos anti-humidade que permitem conservar o pó de moringa durante dois anos. A Moringood acondiciona-o também em cápsulas de celulose.
Benefícios para todo o teu corpo
“O moringa vai dar um impulso à tua energia, nutrir o teu cérebro… Está cheio de ômega 3! E tu sentes-te muito mais positivo. Reequilibra os teus hidratos de carbono, o teu nível de colesterol. Não percebo por que razão toda a gente não toma, é o suplemento alimentar de que toda a gente precisa.”
Segundo o Thibaud, hoje, mesmo que tenhamos uma alimentação variada, os nossos vegetais estão empobrecidos em nutrientes em comparação com há 50 anos. Aconselham-nos a compensar essas perdas com suplementos alimentares, ou superalimentos. Pode ser cúrcuma com pimenta, maca, espirulina…
“Para mim, o moringa é o mais poderoso porque realmente contém todos os nutrientes de que o corpo precisa. E imensos antioxidantes. Podes fazer curas de seis meses, depois uma pausa de dois a três meses. Recomenda-se cerca de 5 g por dia para pessoas saudáveis. E mais, para pessoas com diabetes ou com a tensão arterial demasiado elevada.”
E quanto ao sabor?
Quando abrimos o saquinho que o Thibaud nos trouxe diretamente da plantação, faz-nos logo pensar no matcha ! O pó cheira bem, é muito fresco. Ao paladar, é ligeiramente amargo, lembra legumes verdes e nozes.
O nosso amigo suíço aconselha-nos a misturá-la num smoothie ou numa salada de fruta, ou a fazer uma infusão de manhã: água quente, limão, moringa, um super boost!
Ele também nos revela a sua receita favorita: misturar uma colher de sopa de moringa com três ovos, parmesão, sal, pimenta, e pronto — uma deliciosa omelete de moringa!
E depois?
Atualmente, a Moringood consegue produzir 40 kg de pó por mês. As encomendas são cada vez mais frequentes.
A ideia para o futuro é desenvolver o mesmo tipo de projeto noutras regiões afetadas pela pobreza, onde é possível cultivar Moringa. A propósito, a equipa está atualmente em conversações com uma comunidade cristã nas Filipinas e outra no Laos.
“Na minha visão, a Moringood estava à escala mundial !”
Para saber mais sobre o moringa e os seus benefícios, descubra o nosso dossiê completo aqui!
Entusiasta e apaixonado, o Thibaud coloca a dimensão social e beneficente no centro do seu cultivo de moringa. Um contratempo de última hora impediu-nos de visitar as plantações da Moringood em Mae Sot, mas esperamos ver em breve este belo projeto estruturar-se e crescer como deve ser 🙂
