Vitamina B12: benefícios, posologia, contraindicações
Outro(s) nome(s)
Cobalamina
Nome(s) científico(s)
Cianocobalamina, Hidroxocobalamina, Metilcobalamina
Família ou grupo :
Vitaminas
Indicações
Metodologia de avaliação
Aprovação da EFSA.
Carência de vitamina B12 ✪✪✪✪✪
Uma deficiência de vitamina B12 pode demorar meses, ou mesmo anos, a tornar-se sintomática devido às elevadas reservas corporais. As carências podem ser secundárias a um défice de ingestão em adultos, sobretudo no seguimento de uma dieta vegana, ou muito pobre em produtos lácteos e carne, ou secundárias a um défice de absorção. Uma deficiência de vitamina B12 provoca uma anemia megaloblástica, lesões gastrointestinais e lesões neurológicas que podem ir desde a incapacidade de produzir mielina até à degeneração do axónio e do corpo celular do neurónio. Os sintomas neurológicos causados por deficiência de vitamina B12 podem incluir perturbações neuropsiquiátricas como depressão, parestesias, ataxia, perda de memória, fraqueza e alterações de personalidade e de humor. O tratamento das carências em B12 baseia-se classicamente na administração por via parenteral desta vitamina, sob a forma de cianocobalamina, e mais raramente de hidroxocobalamina. O esquema recomendado consiste na injeção intramuscular de 1000 µg de vitamina B12 por dia durante uma semana, depois 1000 µg por semana durante um mês, seguindo-se uma injeção mensal da mesma dose; geralmente recomenda-se o tratamento vitalício, em particular na doença de Biermer (doença decorrente de uma carência de vitamina B12 por má absorção). A administração oral de cianocobalamina também demonstrou eficácia no contexto da síndrome de não dissociação da vitamina B12 das suas proteínas transportadoras (esta síndrome é caracterizada pela incapacidade de libertar a vitamina B12 das proteínas alimentares e/ou das proteínas intestinais de transporte, nomeadamente em caso de hipocloridria, enquanto a absorção da vitamina B12 "não ligada" é normal) e na doença de Biermer. A dose de ataque é de 500 a 1000 µg/dia por via oral (1000 µg/dia em caso de doença de Biermer), durante um mês. A dose de manutenção é de 125 a 500 µg/dia até à correção da causa, ou de 1000 µg/dia para toda a vida em caso de doença de Biermer.
Posologie
Por voie orale
4 - 1000 µg
cianocobalamina
Tratamento eficaz da deficiência de cobalamina com cobalamina oral.
Normalização dos baixos níveis séricos de vitamina B12 em idosos por tratamento oral.
Terapia oral ou parenteral para deficiência de vitamina B12.
Carências de vitamina B12 no adulto : etiologias, manifestações clínicas e tratamento
Equilíbrio emocional ✪✪✪✪✪
A vitamina B12 contribui para o funcionamento normal do sistema nervoso e para as funções mentais normais. rnrnUma deficiência de vitamina B12 provoca perturbações psicológicas : problemas de memória, irritabilidade, depressão, perturbação da personalidade, demência, delírio e psicose.rnrn
Posologie
Por via orale
4 µg
Fadiga ✪✪✪✪✪
A vitamina B12 desempenha um papel-chave na produção de energia, na síntese do ADN e no funcionamento do sistema nervoso. A sua carência pode provocar anemia megaloblástica e perturbações neurológicas, contribuindo para a fadiga e para o comprometimento cognitivo. Ao apoiar a síntese do ADN para a reparação celular e a formação de glóbulos vermelhos, bem como o metabolismo das gorduras e dos hidratos de carbono, a B12 é essencial para manter um nível de energia ótimo. Em 2012, as autoridades de saúde europeias (EFSA, European Food Safety Authority e a Comissão Europeia) consideraram que os alimentos e os suplementos alimentares que contêm vitamina B12 podem alegar contribuir para a redução da fadiga. Do ponto de vista clínico, existem evidências de que injeções intramusculares de vitamina B12 na forma de hidroxocobalamina, à razão de 5 mg duas vezes por semana, poderão melhorar o bem‑estar geral dos pacientes que se queixam de fadiga.
Posologie
Por via oral
4 - 5000 µg
hidroxocobalamina
Aftas ✪✪✪✪✪
Em caso de aftose bucal, a investigação clínica mostra que a aplicação de uma pomada tópica contendo 500 µg de vitamina B12 durante 2 dias reduz a dor em 80% em comparação com uma pomada de controlo que não contém vitamina B12. Outros estudos clínicos mostram que a toma de 1000 µg de vitamina B12 por via sublingual por dia durante 6 meses reduz consideravelmente a duração das crises de aftas, o número de ulcerações e a intensidade da dor, em comparação com o placebo, em pacientes com níveis normais de vitamina B12.
Posologie
Por via cutânea, bucal
500 µg
2 - dias
pomada
Hiper-homocisteinemia ✪✪✪✪✪
A hiper-homocisteinemia é conhecida como fator de risco para doenças cardiovasculares. A toma oral de vitamina B12 em associação com ácido fólico, e por vezes com piridoxina (vitamina B6), pode reduzir as concentrações séricas de homocisteína. A toma de ácido fólico numa dose de 0,5 a 5 mg por dia reduz os níveis de homocisteína em jejum em 25% em média. A associação de 0,5 mg de vitamina B12 por dia provoca uma diminuição adicional dos níveis de homocisteína de cerca de 7% em média, embora este efeito provavelmente só seja observado em pessoas com deficiência de vitamina B12. A vitamina B12 em associação com ácido fólico e outras vitaminas parece também reduzir consideravelmente os níveis de homocisteína em doentes com insuficiência renal terminal. Uma dose de 400 a 500 mcg de vitamina B12, em associação com 0,4 a 5 mg de ácido fólico e 16,5 mg de piridoxina (vitamina B6), foi utilizada.
Posologie
Por via oral
400 - 500 µg
cianocobalamina
Synergies
Suplementos vitamínicos e risco cardiovascular: revisão dos ensaios randomizados sobre suplementos vitamínicos redutores de homocisteína.
A suplementação vitamínica reduz os níveis sanguíneos de homocisteína: um ensaio controlado em pacientes com trombose venosa e em voluntários saudáveis.
Cuidados preventivos de saúde, actualização de 2000: rastreio e gestão da hiper-homocisteinemia para a prevenção de eventos de doença das artérias coronárias. Força-Tarefa Canadiana em Cuidados Preventivos de Saúde.
Efeitos dependentes da dose do ácido fólico nas concentrações sanguíneas de homocisteína: uma meta-análise de ensaios aleatorizados.
Tratamento da hiper-homocisteinemia em doentes em hemodiálise e em recetores de transplante renal.
Diagnóstico e tratamento da hiper-homocisteinemia.
Efeito de redução da homocisteína de diferentes preparações multivitamínicas em doentes com doença renal terminal.
Tratamento da hiper-homocisteinemia ligeira em recetores de transplante renal versus doentes em hemodiálise.
Redução da homocisteína sanguínea com suplementos à base de ácido fólico: meta-análise de ensaios randomizados. Homocysteine Lowering Trialists' Collaboration.
DMLA ✪✪✪✪✪
Um estudo clínico de grande dimensão mostra que a toma de 50 mg de piridoxina por dia, em associação com 1 mg de cianocobalamina e 2,5 mg de ácido fólico, durante uma média de 7,3 anos, reduz consideravelmente, em comparação com o placebo, o risco de desenvolvimento de DMLA (degenerescência macular relacionada com a idade) em mulheres de 40 anos com antecedentes de doença cardiovascular ou que apresentem fatores de risco cardiovascular. rnrn
Posologie
Por via oral
1000 µg
7 - anos
cianocobalamina
Synergies
Neuropatia diabética ✪✪✪✪✪
As evidências clínicas mostram que a toma de vitamina B12 sob a forma de metilcobalamina ou cianocobalamina, em associação com a benfotiamina (forma natural da vitamina B1) e piridoxina (vitamina B6), durante 9 a 12 semanas pode melhorar alguns sintomas da neuropatia diabética. Além disso, a toma oral de metilcobalamina durante até 4 meses parece melhorar a dor associada à neuropatia periférica diabética, mas pode não melhorar a condução nervosa. rnrnA dose diária era de 1500 mcg de metilcobalamina durante 3 a 4 meses.rnrn
Posologie
Por via oral
1500 µg
4 - meses
metilcobalamina
Synergies
O efeito da prostaglandina E1.alpha CD no limiar vibratório determinado com o vibrómetro SMV-5 em pacientes com neuropatia diabética.
Efeito da mecobalamina nas neuropatias diabéticas. Beijing Methycobal Clinical Trial Collaborative Group
Uma combinação de benfotiamina com vitamina B no tratamento da polineuropatia diabética.
Eficácia terapêutica de "Milgamma" em pacientes com neuropatia diabética dolorosa.
Doença de Alzheimer ✪✪✪✪✪
As pesquisas mostram que uma ingestão elevada de vitamina B12 não está associada a uma diminuição do risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer. No entanto, estudos clínicos mostram que a toma de 0,5 mg de vitamina B12, 20 mg de vitamina B6 e 0,8 mg de ácido fólico por dia durante 24 meses retarda a atrofia cerebral em pacientes com doença de Alzheimer.rnrn
Posologie
Por via oral
500 µg
24 - meses
cianocobalamina
Synergies
Depressão ✪✪✪✪✪
Uma elevação da homocisteína e níveis baixos de vitamina B12 e de folato são frequentemente observados na depressão. Estudos observacionais mostraram que 30% dos pacientes internados por depressão apresentavam deficiência de vitamina B12.rnrnUm estudo epidemiológico revelou que uma ingestão alimentar diária de vitamina B12 de pelo menos 4,79 mcg está associada a um risco de depressão 58% menor em comparação com uma ingestão diária inferior a 3,16 mcg em homens idosos.rnrnrnrnrnrn
Posologie
Por via oral
4 µg
Risco de depressão em mulheres grávidas com níveis séricos baixos-normais de vitamina B12
Tratamento da depressão: é tempo de considerar o ácido fólico e a vitamina B12
Deficiência de vitamina B(12) e depressão em mulheres idosas com deficiência física: evidência epidemiológica do Women's Health and Aging Study
Hepatites ✪✪✪✪✪
Pesquisas clínicas preliminares realizadas em pacientes com infeção crónica pelo vírus da hepatite C mostram que a administração de vitamina B12 sob a forma de cianocobalamina, na dose de 5000 mcg por via intramuscular a cada 4 semanas, em associação com o tratamento padrão, melhora consideravelmente a resposta virológica em comparação com o tratamento padrão isolado.rnrn
Posologie
Por via oral
5000 µg
cianocobalamina
Propriedades
Essencial
A vitamina B12 está envolvida na síntese do ADN, mas também no desenvolvimento, na mielinização e na função do sistema nervoso. Na célula, a vitamina B12 participa de duas funções metabólicas essenciais:rnrn- na mitocôndria, a adenosilcobalamina atua como cofator da metilmalonil-CoA mutase, permitindo a produção de succinil-CoA a partir de metilmalonil-CoA. O succinil-CoA desempenha um papel essencial na oxidação dos ácidos gordos e na cetogénese.rnrn- no citoplasma, a metil-B12 funciona como cofator da metionina-sintase, que produz metionina a partir da homocisteína. Isto representa um meio de metabolizar a homocisteína, potencialmente tóxica, de produzir a metionina indispensável à síntese proteica, e de fornecer à célula dadores de grupos metilo.rnrnAs autoridades de saúde europeias (EFSA, European Food Safety Authority e a Comissão Europeia) consideraram que os suplementos alimentares contendo vitamina B12 (cobalamina) contribuem para o metabolismo energético normal, para o funcionamento normal do sistema nervoso, para o metabolismo normal da homocisteína, para as funções mentais normais, para a formação de glóbulos vermelhos, para a redução da fadiga, para o funcionamento normal do sistema imunitário e para a divisão celular.rnrn
Usages associés
Neurológico
A metilcobalamina, uma forma de vitamina B12, parece melhorar o estado de alerta e reduzir o tempo de sono em indivíduos com sono normal, talvez atuando sobre a melatonina.rnrnPor outro lado, algumas investigações mostram que níveis elevados de homocisteína sérica e baixos níveis de folato e de vitamina B12 podem estar associados a um declínio cognitivo e à demência.rnrnAlguns investigadores acreditam que a suplementação com vitamina B12 pode melhorar os sintomas da síndrome da fadiga crónica ao corrigir anomalias dos glóbulos vermelhos e ao melhorar o fornecimento de oxigénio aos tecidos.rnrn
Usages associés
Cardiovasculares
A vitamina B12 é necessária numa das vias do metabolismo da homocisteína. A remetilação da homocisteína em metionina requer o uso de folato e da vitamina B12 sob a forma de metilcobalamina como cofator. Consequentemente, a toma oral de vitamina B12 em associação com ácido fólico e, por vezes, com piridoxina (vitamina B6) pode reduzir as concentrações séricas de homocisteína.rnrnAlguns estudos sugerem que níveis elevados de homocisteína podem provocar lesões nas células endoteliais vasculares, vasodilatação dependente do endotélio, aumento da oxidação e depósito arterial de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), maior adesão plaquetária e ativação da cascata de coagulação.rnrn
Usages associés
Anticancro
Pensa-se que a vitamina B12 possui propriedades anticancerígenas, e que a suplementação de vitamina B12 pode ter um papel na prevenção do cancro do colo do útero. No entanto, níveis séricos elevados de vitamina B12 têm sido associados a um risco aumentado de cancro da próstata. Além disso, a investigação em indivíduos com carcinoma hepatocelular sugere que a presença de marcadores tumorais em associação com um nível sérico elevado de vitamina B12 é de mau prognóstico. rnrn
Hepatoprotetor
Uma carência de vitamina B12 conduz a uma diminuição da actividade da serina desidratase (SDH) (enzima envolvida na gliconeogénese a nível hepático) e da tirosina aminotransferase no fígado do rato. rnrnPor outro lado, a vitamina B12 diminuiu os níveis sanguíneos de aspartato aminotransferase e de alanina aminotransferase no camundongo que apresenta lesões hepáticas induzidas pela dimetilnitrosamina, o que sugere um possível efeito hepatoprotetor. rnrnrnrn
Usages associés
Antioxidante
Estudos recentes demonstraram que a vitamina B12 e os seus derivados à base de cobalamina têm um efeito antioxidante a concentrações farmacológicas. rnrn
Dosagem de segurança
Mulher grávida a partir dos 18 anos: 4,5 µg
Mulher a amamentar a partir dos 18 anos: 5 µg
Lactente de 7 até 11 meses: 1,5 µg
Adulto a partir dos 18 anos: 4 µg
Criança de 1 até 6 anos: 1,5 µg
Criança de 7 até 10 anos: 2,5 µg
Criança de 11 até 14 anos: 3,5 µg
Criança de 15 até 17 anos: 4 µg
Interações
Médicaments
Cloranfenicol: interação forte
Em alguns doentes, o cloranfenicol (antibiótico) pode inibir ou atrasar a crise reticulocitária em resposta a uma suplementação com vitamina B12. Se a associação for inevitável, deve ser feita uma monitorização próxima da contagem de reticulócitos.
colchicina: interação moderada
A colchicina, em doses de 1,9 a 3,9 mg por dia, pode perturbar o funcionamento normal da mucosa intestinal, causando má absorção de vários nutrientes, incluindo a vitamina B12.
Anti-histamínicos H2: interação moderada
Uma secreção reduzida de ácido gástrico e pepsina causada por anti-histamínicos H2 pode diminuir a absorção da vitamina B12 proveniente dos alimentos ingeridos. Em consequência, as probabilidades de desenvolver carência de vitamina B12 aumentam 25% em indivíduos que tomam anti-H2 durante 2 anos ou mais. Os anti-histamínicos incluem a cimetidina (Tagamet), a ranitidina (Zantac), a nizatidina (Axid) e a famotidina (Pepcid).
Metformina: interação moderada
A metformina, um antidiabético oral, pode reduzir os níveis séricos de vitamina B12 e de ácido fólico. Esse efeito pode provocar hiper-homocisteinemia, que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares em indivíduos diabéticos.rnrn
Aspirina: interação moderada
As pesquisas clínicas sugerem que o ácido acetilsalicílico (aspirina) aumenta o risco de carência de vitamina B12.
Óxido nitroso: interação moderada
O protoxido de azoto (ou óxido nitroso) inativa a forma cobalamina da vitamina B12 por oxidação. Os sintomas causados pelo óxido nitroso são invisíveis em indivíduos com níveis normais de vitamina B12 (a não ser que a exposição seja repetida e prolongada). No entanto, sintomas como neuropatia sensorial, mielopatia e encefalopatia podem ocorrer em pessoas com deficiência de vitamina B12.
Anticonvulsivantes: interação moderada
A fenitoína, o fenobarbital e a primidona são anticonvulsivantes que reduzem a absorção da vitamina B12 quando administrados em associação com esta.
Plantes ou autres actifs
Vitamina B12: interação moderada
Doses elevadas de ácido fólico podem mascarar uma deficiência em vitamina B12. De facto, o ácido fólico pode melhorar os sintomas de uma anemia megaloblástica.
Contraindicações
Angioplastia: proibido
A associação da vitamina B12, da vitamina B6 e do ácido fólico por via intravenosa não é recomendada em doentes que tiveram um stent coronário no contexto de uma angioplastia. De facto, a associação destas vitaminas pode aumentar o risco de reestenose.rnrn
Doença de Leber: proibido
A vitamina B12 é contraindicada nos primeiros estádios da doença de Leber (é uma atrofia hereditária do nervo ótico). A vitamina B12 pode causar uma atrofia ótica grave e rápida.rnrn
