BENEFÍCIOS DO BOSWELLIA
✓ Poderoso anti-inflamatório
✓ Alivia a dor
✓ Melhora os sintomas da asma
✓ Contribui para o bom funcionamento intestinal
✓ Reforça o sistema imunitário
O que é o boswellia?
Em botânica, o género Boswellia reúne cerca de vinte espécies de árvores. Entre as mais conhecidas estão o Boswellia dalzielii, o Boswellia sacra e o Boswellia serrata. Crescendo em África ou na Ásia, estas árvores têm um ponto em comum : a sua resina aromática é colhida para produzir incenso.
Quando se fala do boswellia na fitoterapia, designa-se mais particularmente o boswellia serrata, originário da Índia. Embora seja de facto uma árvore de incenso, também é utilizado pelas suas propriedades medicinais, pois é um poderoso anti-inflamatório e analgésico natural.

O boswellia é uma árvore tortuosa que aprecia os solos arenosos e secos das regiões desérticas. De uma grande resistência, não teme nem a seca nem o calor. No seu habitat natural, pode atingir até 8 m de altura. De junho a agosto, produz flores branco-amareladas que, mais tarde, darão lugar a pequenos frutos.
Mas não são nem as folhas, nem as flores, nem os frutos que contêm os princípios ativos da árvore. É na resina que se encontra o verdadeiro tesouro do boswellia. Extraída do tronco, é colhida no verão e no outono. Na Índia, é conhecida pelo nome « Salai guggul », quando é utilizada sozinha, ou de « Olibanum indio », quando é associada a outras plantas indianas como o cúrcuma, por exemplo.
A investigação científica contribuiu largamente para o crescimento e a popularidade do boswellia. É um anti-inflamatório notável mas também um poderoso analgésico graças às suas virtudes analgésicas. Aumenta o limiar de tolerância à dor.
Utilizado na Índia há mais de 4000 anos, o boswellia e o seu consumo desenvolvem-se progressivamente na Europa. A tal ponto que hoje é considerado um dos mais potentes anti-inflamatórios naturais, ao lado da cúrcuma, do gengibre ou da moringa. É mais frequentemente consumido sob a forma de suplemento alimentar (comprimidos, cápsulas, pó).
Composição nutricional
- Acides triterpéniques pentacycliques : acides boswelliques dont l’acide acétyle-11-kéto-béta-BA (AKBA)
- Acides triterpéniques tétracycliques
- Antioxydants
- Polysaccharides : arabinose, galactose, xylose
- Acétate d’incensol
- Huiles essentielles

Os benefícios do boswellia
🌵 Poderoso anti-inflamatório
Se o boswellia desperta tanto interesse hoje, é sobretudo pela sua poderosa ação anti-inflamatória. Na medicina tradicional ayurvédica, é utilizado para diminuir a inflamação associada a certas patologias : artrose, artrite reumatoide, doença de Crohn, inflamação do intestino…
Os ácidos boswélicos são as substâncias anti-inflamatórias ativas da resina e, mais particularmente, os ácidos triterpénicos pentacíclicos. Para reduzir a inflamação, estes ácidos atuam em duas etapas.
Numa primeira fase, eles inibem a formação de leucotrienos. Esses lípidos são mediadores da inflamação e também causam danos oxidativos. Os ácidos boswélicos bloqueiam a produção de leucotrienos ao agir sobre a enzima 5-lipoxigenase (5-LOX).
Numa segunda fase, os ácidos boswélicos contribuem para o bom funcionamento dos vasos sanguíneos e melhoram a circulação sanguínea para os tecidos e as articulações. Assim, o boswellia contribui para uma resolução mais rápida da inflamação.
Este estudo, conduzido por investigadores italianos, foi realizado em pacientes com psoríase ou eczema eritematoso, doenças inflamatórias da pele. O extrato de resina de boswellia serrata melhorou as comichões e os eritemas em 60 % dos casos, graças à supressão da formação de leucotrienos através da enzima 5-LOX.
Este estudo, do Instituto Indiano de Resinas e Gomas Naturais, mostra-nos até que ponto o boswellia pode ser um agente anti-inflamatório promissor para tratar várias doenças inflamatórias.
💆♂️ Alivia a dor
Para além de suprimir directamente a inflamação, o boswellia alivia as dores associadas graças ao seu efeito analgésico. Novamente, são os ácidos boswélicos que permitem tal eficácia.
Em caso de artrite, artrose ou outras doenças inflamatórias das articulações, alivia a dor, reduz o inchaço, as sensações de rigidez e de peso. Também combate a diminuição da flexibilidade articular.
Este estudo do Instituto de Ciências Médicas de Nizam, na Índia, realizado com 12 doentes, mostrou que o boswellia aumentou significativamente o limiar de tolerância à dor em comparação com o placebo.
🌬 Melhora os sintomas da asma
Uma vez que o boswellia possui propriedades anti-inflamatórias, tem sido alvo de investigação para o tratamento da asma. De facto, a asma é uma doença respiratória causada por uma inflamação dos brônquios.
Ao inibir a produção de leucotrienos, os ácidos boswélicos reduzem a broncoconstrição, ou seja, a contração dos músculos dos brônquios, provocando dificuldade respiratória. Agem também sobre a cadeia de reação NF-KB que, quando não é controlada, pode desencadear a asma.
Este estudo do Hospital Popular de Liaocheng, na China, realizado em ratos, mostra que o extrato de boswellia atenuou a inflamação das vias respiratórias e inibiu a libertação de citocinas Th2, moléculas pró-inflamatórias envolvidas na asma.
♻️ Contribui para o bom funcionamento intestinal
Graças à sua ação anti-inflamatória, o boswellia é muito interessante para toda a área gastrointestinal. Combate nomeadamente as doenças inflamatórias intestinais crónicas (MICI), como a síndrome do intestino irritável, a colite ulcerosa (UC) ou a doença de Crohn.
Neste estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Atenas, realizado com 20 doentes com colite ulcerosa, o boswellia permitiu a remissão da doença em 14 doentes (em comparação com 4 doentes no grupo que recebeu sulfasalazina, um anti-inflamatório intestinal).
🛡 Reforça o sistema imunitário
O boswellia estimula e protege o sistema imunitário. Os ácidos boswellicos agem na produção de anticorpos (imunoglobulina G) para combater diferentes infeções bacterianas e virais. Também regula a produção de glóbulos brancos (linfócitos), prevenindo assim o aparecimento de doenças autoimunes.
Este estudo da Universidade de Tuebingen na Alemanha explica como o extrato de boswellia serrata e os ácidos boswellicos podem ter efeitos benéficos no sistema imunitário.

Como consumir o boswellia?
Boswellia em comprimidos
O extrato de resina de boswellia é, na maioria das vezes, apresentado na forma de comprimidos ou cápsulas. Para aproveitar plenamente os seus benefícios, a concentração de ácidos boswellicos deve ser suficientemente elevada (pelo menos 70% de ácidos boswellicos).

Boswellia em pó
Também pode encontrar resina de boswellia reduzida a pó, para misturar com água, sumo de fruta ou um iogurte. Graças ao seu teor em óleos essenciais, possui um sabor agradável embora ligeiramente amargo. Esta forma costuma ser menos concentrada em ácidos boswellicos.
Boswellia em óleo essencial
O óleo essencial de boswellia não se consome. Utiliza-se apenas em aplicação cutânea, diluído num óleo vegetal, pelas suas propriedades cicatrizantes e regeneradoras.

Boswellia em incenso para queimar
O incenso de boswellia pode ser difundido em casa para acalmar a mente, reduzir o stresse, descongestionar as vias respiratórias e purificar a atmosfera.
Boswellia e cúrcuma
Ele associa-se perfeitamente com a cúrcuma, uma planta com propriedades anti-inflamatórias. Agem em sinergia para reduzir a inflamação e aliviar a dor, nomeadamente em caso de artrite. Boswellia e cúrcuma podem portanto ser tomados em conjunto para melhores resultados. A nossa árvore associa-se também com a cavalinha, a rainha-dos-prados ou ainda o harpagófito.
Posologia do boswellia
⚖️Para aliviar uma inflamação pontual, recomenda-se consumir entre 600 e 900 mg de boswellia por dia.
⚖️Para tratar uma patologia inflamatória (artrose, artrite, inflamação do intestino…), a dose pode ir até 1200 mg por dia.
⏳O boswellia deve ser tomado durante as refeições, em 3 doses. Os primeiros resultados surgem geralmente ao fim de 2 a 4 semanas.
⏳É possível fazer ciclos de 2 a 3 meses para atuar em profundidade na inflamação. Certifique-se de espaçar cada ciclo por alguns dias.
💊Em comprimidos : até 3 por dia para comprimidos ou cápsulas de 400 mg
🥄Em pó : 1 colher de chá rasa por dia
💧Em óleo essencial : apenas para uso externo. Aplicar na pele, previamente diluído num óleo vegetal.
Contraindicações e efeitos secundários
O consumo de boswellia é contraindicado nas seguintes pessoas :
- Par mesure de précaution, les femmes enceintes ou qui allaitent ne doivent pas en consommer.
- On déconseille son utilisation chez les enfants de moins de 18 ans.
- Pour éviter les interactions entre les acides boswelliques et certains médicaments, les personnes sous traitement doivent demander l’avis de leur médecin.
Podem surgir efeitos secundários após o consumo de boswellia, mas são raros. Foram relatados os seguintes efeitos indesejáveis :
- Troubles gastro-intestinaux.
- Reflux acides.
- Nausées.
- Augmentation des urines.
- Réactions cutanées.
Se os sintomas persistirem, recomenda-se interromper o seu consumo e consultar um médico.
História, cultivo e mercado do boswellia
Uma resina venerada

Queimada durante as cerimónias religiosas, a resina de boswellia é uma substância preciosa da medicina ayurvédica. Em sânscrito, chama-se « Gajabhakshya » em referência à força que ela confere aos homens e aos animais que a consomem.
Na medicina ayurvédica, usa-se o boswellia isolado ou associado a outras plantas indianas. Também é utilizado externamente para tratar problemas de pele.
Mas a sua utilização não se limita às fronteiras da Índia. Também se encontram vestígios na Península Arábica, no Antigo Egito e na antiguidade grega e romana
Na Europa, foi no final do século XX e graças à descoberta dos seus princípios ativos que se voltou a consumir boswellia. O boswellia proveniente do sul de Omã é hoje muito apreciado.
A colheita da resina
Cada árvore produz cerca de 10 kg de resina por ano. A colheita segue um protocolo muito particular.
Durante a subida da seiva, no verão e no outono, incisa-se delicadamente o tronco ou os ramos do boswellia serrata. Dela escorre então uma seiva leitosa que, em contacto com o ar, endurece para tomar a forma de resina. As gotas são recolhidas e, uma vez solidificadas, são armazenadas em cestos. A resina será ou queimada, como incenso, ou utilizada para a produção de suplementos alimentares (cápsulas, pó…) ou de óleos essenciais.
Nos mercados de Omã, os pedaços mais brancos e puros podem atingir até 60€ por kg.
Dossiê realizado por Julia Perez e Charlotte Jean
Fontes e estudos científicos
Stefano Togni, Giada Maramaldi, Francesco Di Pierro, Massimo Biondi, 2014. Uma formulação cosmecêutica baseada em ácidos boswélicos para o tratamento do eczema eritematoso e da psoríase.
M. Z. Siddiqui, 2011. Boswellia Serrata, Um potencial agente anti-inflamatório: uma visão geral.
K. Prabhavathi, U. Shobha Jagdish Chandra, Radhika Soanker, P. Usha Rani, 2014. Um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, cross-over para avaliar a atividade analgésica de Boswellia serrata em voluntários saudáveis utilizando um modelo de dor mecânica.
Zhimin Liu, Xiaoyun Liu, Lili Sang, Haifeng Liu, Qinghua Xu, Zhehui Liu, 2015. O ácido boswélico atenua fenótipos de asma através da redução da expressão de GATA3 por inibição de pSTAT6 num modelo murino de asma.
Aikaterini Triantafyllidi, Theodoros Xanthos, Apostolos Papalois, John K. Triantafillidisc, 2015. Terapia herbal e à base de plantas em pacientes com doença inflamatória intestinal.
Ammon HP, 2010. Modulação do sistema imunitário por extratos de Boswellia serrata e ácidos boswélicos.

