BENEFÍCIOS DA MUCUNA
✓ Reduz os problemas sexuais
✓ Apoia o sistema nervoso
✓ Reduz a glicemia
✓ Aumenta a massa muscular
✓ Antioxidante
O que é o mucuna?
O mucuna tem o nome científico Mucuna pruriens ou Dolichos pruriens. Também chamado « feijão a coçar », « feijão vermelho » ou « feijão mascate », pertence à família das Fabáceas, tal como o feijão, as ervilhas, a fava ou a alfarrobeira.
O género Mucuna inclui mais de 80 espécies diferentes, entre as quais o Mucuna pallida da ilha da Reunião, o Mucuna poggei de África ou ainda o Mucuna urens da América.
Mas é o Mucuna pruriens que é mais utilizado em fitoterapia e nas medicinas tradicionais. É também aquele que nos interessa aqui.
Originário das regiões tropicais, aprecia climas quentes e húmidos. Cresce tanto na Ásia (Índia e China), como em África e na América do Sul. Apresenta-se sob a forma de uma planta trepadeira ou liana que se agarra aos suportes naturais que a rodeiam.

Se beneficiar de condições óptimas, o mucuna pode crescer muito rapidamente e atingir 15 m de altura. Em algumas regiões, como na Reunião ou na Nova Caledónia, é mesmo considerado uma espécie invasora e a sua introdução aí é proibida.
As suas folhas são ovais e as suas flores, brancas ou púrpuras, aparecem de novembro a janeiro. Dispostas em cachos, têm a forma de borboleta. Mas são sobretudo as vagens que constituem a parte mais surpreendente.
Após a floração, a planta produz vagens cobertas de pelos urticantes. Compostos de histamina e mucunaína, esses pelos podem provocar comichões intensas ao menor contacto. Cada vagem contém até 6 sementes pretas chamadas « pois ». É nas vagens e nas sementes que se concentram os princípios ativos do mucuna.
Na Ásia e em África, é cultivado como adubo verde para melhorar a fertilidade dos solos e constitui uma boa fonte de alimento para os animais domésticos. Na América Central e do Sul, pode-se usar os seus grãos como substituto do café.
Hoje, o mucuna é cultivado principalmente pelas suas propriedades medicinais. É uma planta importante da medicina ayurvédica, onde é utilizada pelos seus efeitos no sistema reprodutor e no sistema nervoso. Diz-se que estimula a libido e que poderia aumentar a fertilidade, tal como a maca.
No Ocidente, a procura por mucuna está a aumentar, nomeadamente graças ao seu elevado teor em L-Dopa, o aminoácido precursor da dopamina.
Composição nutricional
- 18 acides aminés dont la L-Dopa
- Sérotonine
- Vitamines : B1, B2
- Saponines
- Alcaloïdes : mucunadine, mucunine, prurienidine
- Minéraux et oligo-éléments : potassium, calcium, fer, manganèse, phosphore, zinc, cuivre, magnésium, sodium
- Protéines
- Lipides
- Fibres
- Polyphénols
- Composés phénoliques et tanins
- Autres : acide phytique, trypsine, D-chiro-Inositol

Os benefícios do mucuna
🔥 Reduz os problemas sexuais
O mucuna é sobretudo conhecido pela sua ação sobre as perturbações da sexualidade. Na medicina ayurvédica, a planta é recomendada para tratar disfunções erécteis, combater a impotência, estimular a libido, melhorar a fertilidade e aumentar o número de espermatozoides. No ayurveda, permite equilibrar os 3 doshas (Vata, Pitta, Kapha) ou energias vitais.
A ação afrodisíaca do mucuna deve-se à presença de um aminoácido chamado 3,4-dihidroxifenilalanina ou L-Dopa. Esta molécula, presente em grande quantidade nas sementes, atua eficazmente para melhorar a sexualidade no homem e na mulher.
Uma vez consumida, la L-Dopa tem a capacidade de se transformar em dopamina, um neurotransmissor responsável por numerosas funções biológicas incluindo a libido. O aumento do nível de dopamina influencia também o nível de testosterona, a hormona sexual masculina.
Este estudo da King George’s Medical University na Índia, realizado em homens com infertilidade, mostra como o pó de sementes de mucuna aumentou a concentração de espermatozoides e melhorou a qualidade do sémen.
🙏 Apoia o sistema nervoso
Na medicina ayurvédica, o mucuna é recomendado para tratar as perturbações neurológicas e várias doenças do sistema nervoso. Hoje em dia, esta planta é alvo de numerosas investigações porque poderá ser um tratamento potencial contra a doença de Parkinson.
Esta doença neurológica crónica e degenerativa afeta o sistema nervoso central e provoca numerosos sintomas: tremores e movimentos involuntários, destruição dos neurónios, perturbações cognitivas…
A L-Dopa contida nas sementes desempenha um papel interessante na luta contra a doença de Parkinson. Foi demonstrado que uma deficiência de dopamina está diretamente ligada a certas patologias neurológicas, incluindo esta última. Depois de atravessar a barreira hematoencefálica, a L-Dopa do mucuna aumenta o nível de dopamina no cérebro. Isto tem o efeito de melhorar a maioria dos sintomas da doença de Parkinson.
Hoje em dia, a L-Dopa é um tratamento de referência para a doença de Parkinson, conhecida pelo nome de « levodopa ». Mas este medicamento antiparkinsoniano contém L-Dopa sintética e provoca mais efeitos secundários do que a planta que aqui nos interessa.
Como mostra esta retrospectiva da história da doença de Parkinson, publicada pelo Rush Unniversity Medical Center de Chicago, a síndrome parkinsoniana ou « kampavata » já era tratada na Índia através da administração de mucuna em pó.
Este estudo, publicado no Journal of Alternative and Complementary Medicine e realizado em pacientes com doença de Parkinson, mostra como o pó de mucuna melhorou os sintomas com poucos efeitos secundários.
🍭 Reduz a glicémia
O mucuna exerce uma atividade hipoglicemiante, ou seja, que diminui a taxa de açúcar no sangue. É por isso que é utilizado na medicina ayurvédica para combater o diabetes. Esta ação explica-se pela presença de vitaminas B, valiosas no tratamento da diabetes tipo 1 e tipo 2.
De facto, a vitamina B1 (tiamina) e a vitamina B2 (riboflavina) contidas no mucuna estão envolvidas no metabolismo dos hidratos de carbono e participam na transformação dos açúcares. Além disso, previnem muitas complicações relacionadas com o diabetes, como o aumento do colesterol ‘mau’ e dos triglicerídeos.
A sua ação hipoglicemiante deve-se também ao D-chiro-Inositol presente nas sementes. Este composto natural tem um efeito insulino-mimético e é, portanto, eficaz contra a resistência à insulina.
Este estudo da Universidade de Siena, realizada em pacientes com diabetes, demonstra os efeitos antidiabéticos das sementes de mucuna.
🏋🏻♀️ Aumenta a massa muscular
O mucuna é uma planta interessante para os desportistas que desejam ganhar massa muscular. De facto, ao aumentar a dopamina, também atua nos níveis de testosterona, porque a dopamina e a testosterona estão estreitamente ligadas.
Ora, a testosterona é uma hormona envolvida no desenvolvimento da massa muscular, no aumento dos tecidos e das fibras musculares. A testosterona também melhora a resistência ao esforço e a recuperação, favorecendo o relaxamento dos músculos.
Os minerais e oligoelementos desta planta também contribuem para o ganho de massa e para a melhoria do desempenho. O ferro, por exemplo, favorece a oxigenação dos músculos enquanto que o potássio reduz as contrações musculares e as cãibras.
Este estudo da Universidade Baylor, realizado em homens em treino intensivo, explica a relação entre o aumento da dopamina pelo mucuna e os níveis de testosterona.
🥝 Antioxidante
Além da L-Dopa com ação antioxidante, o mucuna contém também polifenóis (fenóis e taninos) que capturam e destroem os radicais livres. A planta é particularmente interessante para reduzir o stress oxidativo e os seus sintomas.
Este estudo da Universidade de Calcutá, realizado em modelos in vitro, mostra como o extrato das sementes de mucuna eliminou eficazmente os radicais livres.

Como consumir o mucuna?
Mucuna em comprimidos
Os comprimidos ou cápsulas de mucuna contêm o extrato em pó das sementes da planta. É uma forma de suplemento alimentar que se encontra facilmente em lojas biológicas e especializadas ou na Internet. Este formato também é um bom meio de evitar o gosto bastante amargo do pó.
As cápsulas devem ser suficientemente padronizadas em L-Dopa (50% no mínimo) para esperar obter resultados.

Mucuna em pó
Também se encontra o mucuna sob a forma de pó. Após a colheita, as sementes são então secas a frio e depois reduzidas a pó.
Mistura-se facilmente numa bebida (água, sumo de fruta, batido…) mas o seu sabor pode não agradar a toda a gente. Mais uma vez, verifica-se o seu teor em L-Dopa.
Por que escolher mucuna biológica ?
O mucuna é uma planta que tende a absorver poluentes, pesticidas e metais pesados. É por isso que se prefere mucuna cultivado em agricultura biológica.
O selo biológico garante cápsulas sem resíduos de produtos químicos e não ionizadas. Prefira também cápsulas sem aditivos e sem conservantes.
Mucuna e tribulus
O mucuna combina bem com o tribulus (Tribulus Terrestris), outra planta ayurvédica. A associação mucuna/tribulus é interessante para melhorar a libido e o desempenho sexual.
Você também pode associar o mucuna ao cúrcuma (Curcuma longa) ou à spirulina (Arthrospira platensis) para potenciar o organismo ou no âmbito de uma prática desportiva.

Posologia da mucuna
⚖️ A posologia recomendada pode ir até 900 mg por dia. Sendo o mucuna uma planta relativamente potente, comece por doses pequenas. Em função das reações do seu corpo, aumente a dose progressivamente.
⏳ As tomadas devem ser repartidas em 2 vezes ao longo do dia, de preferência de manhã e à noite. Consumido ao pequeno-almoço, o mucuna fornece energia e melhora a capacidade de concentração. Tomado à noite, reduz o stress e favorece o adormecimento.
⏳ O mucuna pode ser tomado como manutenção, diariamente, ou sob a forma de cura de 1 a 3 meses. Cada cura deve ser separada por 2 semanas.
💊 Em comprimidos : até 3 por dia no caso de cápsulas de 300 mg.
🥄 Em pó : 1/2 a 2 colheres de chá por dia.
Contraindicações e efeitos secundários
O consumo de mucuna apresenta algumas contraindicações. Assim, a planta é desaconselhada às seguintes pessoas :
- Par mesure de précaution, les jeunes enfants, les femmes enceintes ou allaitantes doivent éviter de prendre du mucuna.
- On le déconseille aux personnes souffrant de maladies cardio-vasculaires, de troubles psychiatriques, de troubles hépatiques et de cancers évolutifs.
- Les personnes diabétiques ou sous traitement médicamenteux doivent demander conseil à leur médecin avant d’en consommer.
Podem surgir efeitos secundários, na maioria das vezes benignos, após o consumo de mucuna. Náuseas, dores de cabeça e perturbações gastrointestinais podem ocorrer. Se os sintomas persistirem, interrompa a toma e consulte um médico.
História, cultivo e mercado da mucuna

Devido ao seu elevado teor de proteínas (até 35%) e à sua grande digestibilidade, o mucuna é um alimento interessante para o consumo humano. Muito nutritivo, continua a ser amplamente consumido pelas populações rurais na Ásia, nas Américas e em África, que nele encontram muitos nutrientes.
Cultiva-se e cozinha-se como um legume verde. Uma vez fervidas, as sementes servem também para a preparação de uma farinha que servirá para alimentar os animais. Em África, a farinha de mucuna é um substituto interessante para certas matérias-primas mais dispendiosas para os criadores de aves. No Burkina Faso, usa-se cada vez mais para a alimentação dos ruminantes domésticos.
Na Guatemala, as suas sementes (apelidadas « Nescafé ») substituem vantajosamente os grãos de café, sem os efeitos estimulantes.
Finalmente, utiliza-se como adubo verde devido à sua capacidade de fixar o azoto, proteger o solo e retardar o desenvolvimento das ervas daninhas.
Dossiê realizado por Julia Perez e Charlotte Jean
Fontes e estudos científicos
Kamla Kant Shukla, Abbas Ali Mahdi, Mohammad Kaleem Ahmad, Shyam Pyari Jaiswar, Satya Narain Shankwar, e Sarvada Chandra Tiwari, 2007. Mucuna pruriens reduz o stress e melhora a qualidade do sémen em homens inférteis.
Christopher G. Goetz, 2010. A história da doença de Parkinson: descrições clínicas iniciais e terapias neurológicas.
Revista de Medicina Alternativa e Complementar, 1995. Um tratamento de medicina alternativa para a doença de Parkinson: resultados de um ensaio clínico multicêntrico. Grupo de Estudo HP-200 na Doença de Parkinson.
Lucia Raffaella Lampariello, Alessio Cortelazzo, Roberto Guerranti, Claudia Sticozzi, e Giuseppe Valacchi, 2012. A vagem mágica de Mucuna pruriens.
Biswas S, Mallick U.K, Mukherjee A, Ghosh.G, 2010. Atividade antioxidante das sementes de Mucuna pruriens, calos cultivados e L-Dopa.

