Se se interessa por nutricosmética, não terá deixado de notar que o colagénio está cada vez mais presente no mercado. Mas não é apenas um ativo de beleza : o colagénio é antes de tudo uma proteína que se encontra naturalmente no organismo.
Esta molécula encontra-se na matriz extracelular de vários tecidos, como a pele, a cartilagem das articulações sinoviais, os ossos, os vasos sanguíneos, ou mesmo os músculos.
O colagénio tem uma ação crucial. A sua presença é indispensável para estruturar os tecidos e conferir-lhes resistência, elasticidade e hidratação.
É nomeadamente esta proteína que favorece um bom conforto articular e o deslizamento fácil dos ossos uns sobre os outros, mas também que mantém a pele lisa, firme e hidratada.
Infelizmente, a sua produção natural diminui com o tempo, e isso é normal. Esta redução afeta sistematicamente o corpo, e o cabelo não é poupado.
O colagénio apresenta benefícios para o cabelo? Explico para si o que dizem os estudos recentes sobre o assunto.
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O colagénio é eficaz contra a queda de cabelo?
O envelhecimento e a genética podem provocar perda de cabelo, mas não são os únicos fatores. Talvez tenha reparado: um período de stress, um estilo de vida desequilibrado e uma má alimentação também podem afetar a saúde da cabeleira.
Entre os mecanismos envolvidos que explicam esta queda, sabe-se que uma perda de colagénio poderia ter um impacto.
Com um tecido conjuntivo empobrecido em colagénio, os folículos capilares seriam mais propensos a retrair-se e a acelerar o fim da vida do cabelo: este cairia, portanto, mais depressa.
Seguindo este raciocínio, aumentar a ingestão de colagénio poderia então retardar os efeitos do envelhecimento na cabeleira.
No entanto, há poucos estudos científicos que apoiem os efeitos positivos de uma suplementação com colagénio.
Contudo, encontrei este estudo recente com resultados promissores.
O que indica? 83 pessoas com alopecia androgenética receberam uma suplementação oral que continha colagénio e outros nutrientes. Após 12 semanas de acompanhamento, parece que os suplementos à base de taurina, peptídeos hidrolisados de colagénio, cisteína, ferro, selénio e metionina teriam aumentado a eficácia clínica dos tratamentos contra a alopecia.
No entanto, não é possível isolar o papel do colagénio nesta experiência.
Promove o crescimento do cabelo?
Se acreditarmos na investigação, uma suplementação com colagénio poderia ser uma solução interessante para o crescimento capilar, nomeadamente em casos de alopecia.
Este é, em todo o caso, o resultado deste estudo in vitro, depois realizado em ratos. Conduzido em 2022, mostrou ao fim de 6 semanas que a suplementação com peptídeos de colagénio aumentou a expressão dos fatores de crescimento capilar e diminuiu os fatores inibidores do crescimento.
Penso que novos estudos científicos fiáveis realizados em humanos mereceriam ser explorados a fim de confirmar estes primeiros resultados.
Fortalece o cabelo?
Uma ingestão de colagénio através de suplementação oral permite fornecer vários aminoácidos essenciais à síntese da queratina : a glicina, a prolina, e a hidroxiprolina.
Se adicionar uma boa dose desses aminoácidos, então a produção normal de queratina poderia ser favorecida.
E visto que o seu papel é indispensável para revestir e reforçar o cabelo, pode-se dizer que o colagénio atua indiretamente na melhoria do aspeto do cabelo.
No entanto, não existem estudos científicos sobre o tema para confirmar este benefício.
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Qual é a relação entre o colagénio e o cabelo ?
O colagénio não é a molécula principal do cabelo, mas sim a queratina, que compõe 95 % das fibras capilares.
Isso não quer dizer que não desempenhe um papel na saúde e na beleza da sua cabeleira. Se não está presente diretamente no cabelo, é abundante no derme do couro cabeludo, nomeadamente no tecido conjuntivo dos folículos pilosos.
Neste local, ele confere uma estrutura às células e ajuda ao bom funcionamento dos folículos, os próprios responsáveis pelo crescimento do cabelo.
Como usar o colagénio para cuidar dos seus cabelos ?
Cuidados capilares à base de colagénio
A aplicação de cuidados cosméticos à base de colagénio no cabelo poderia ajudar a dar brilho, revestir e hidratar a fibra capilar.
Para agir externamente e cuidar da fibra capilar face às agressões do ambiente (temperatura, escovagem, fonte de calor), existem numerosos tratamentos enriquecidos com colagénio ou com “colagénio vegetal”.
Atenção, esta designação é usada para nomear proteínas vegetais cuja estrutura se assemelha ao colagénio, sem o ser realmente!
Champô, máscara, sérum, cuidado protetor térmico… Integra-se perfeitamente numa rotina capilar completa.
Esta adição de colagénio não tem aqui como objetivo penetrar na fibra capilar, mas sim envolvê-la para proteger as cutículas do cabelo, revesti-las e proporcionar-lhes brilho e espessura. Mas tenha em mente que um cabelo danificado e com pontas duplas não pode ser realmente reparado,
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Os suplementos alimentares
Para uma ação mais completa no cabelo assim como no resto do corpo, existem suplementos alimentares de peptídeos de colagénio sob a forma de ampolas, comprimidos, cápsulas ou pó.
Neste caso, a toma de colagénio faz-se numa cura de um mês ou mais, de acordo com a recomendação dos fabricantes.
Em caso de situação particular (gravidez, amamentação), ou de qualquer patologia crónica, consulte um profissional de saúde antes de iniciar um tratamento.
Em paralelo, uma boa higiene de vida, uma alimentação variada e equilibrada assim como uma boa hidratação são a base indispensável para obter cabelos saudáveis.
Fontes e estudos científicos
Milani M, Colombo F, Chiara Baraldo (Padova), Mauro Barbareschi (Milano), 2023, Eficácia e tolerabilidade de um suplemento oral contendo aminoácidos, ferro, selénio e colagénio marinho hidrolisado em indivíduos com perda de cabelo (alopecia androgénica, AGA ou FAGA ou eflúvio telógeno). Um estudo prospectivo, randomizado, controlado, de 3 meses, com avaliador cegado..
Hwang SB, Park HJ, Lee BH, 2022, Efeitos promotores do crescimento capilar do peptídeo de colagénio de peixe em células da papila dérmica humana e em camundongos C57BL/6, modulando as vias de sinalização Wnt/β-catenina e BMP.
