Cravo-da-índia: benefícios, posologia, contra-indicações

Analgésico

O eugenol, o principal constituinte do óleo essencial de cravo, possui propriedades anestésicas quando aplicado por via tópica. Pesquisas laboratoriais sugerem que o eugenol modifica a atividade dos canais de sódio, de potássio e de cálcio, assim como de outros recetores. Além disso, o eugenol pode inibir a biossíntese das prostaglandinas (substâncias envolvidas na mediação da dor) e assim deprimir os recetores sensoriais da dor. Outros constituintes do cravo, como o beta-cariofileno, podem estar envolvidos na redução da resposta à dor.

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Efeito digestivo

Os cravos-da-índia são conhecidos pelas suas propriedades aperitivas e digestivas. O óleo essencial e, mais particularmente, o eugenol, são bons carminativos. O eugenol inibe também os espasmos induzidos pela acetilcolina, pela histamina ou pela nicotina através do bloqueio dos canais de cálcio. nnPode também favorecer a secreção biliar, ao induzir um aumento prolongado do fluxo biliar num modelo animal. nnO cravo-da-índia estimula igualmente a produção de muco ao nível do estômago. Isto poderá estar ligado ao eugenol, o seu constituinte, que demonstrou um potencial protetor contra úlceras em modelos animais. Além disso, o cravo-da-índia reduz o efeito da acidez gástrica.nn

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Antimicrobiano

Pesquisas de laboratório sugerem que o óleo de cravo-da-índia tem efeitos antibacterianos e antifúngicos. O eugenol é provavelmente o principal constituinte na origem destes efeitos. Os constituintes do óleo de cravo-da-índia impedem a comunicação celular e a produção de toxinas pelos microrganismos.nnO óleo essencial de cravo-da-índia e, mais particularmente, o eugenol, inibe a multiplicação do vírus do herpes e apresenta uma atividade inibitória contra Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli e Candida albicans. Da mesma forma, um extrato de cravo apresenta uma atividade inibitória contra Helicobacter pylori e alguns patogénios periodontais como Porphyromonas gingivalis e P. intermedia.nn

Usages associés

Anti-inflamatório

O eugenol é o componente responsável pelos efeitos anti-inflamatórios do cravo-da-índia. O eugenol inibe ou modula as enzimas envolvidas na cascata inflamatória e diminui a produção de mediadores inflamatórios. In vitro, um extrato metanólico de cravo-da-índia, assim como o eugenol isolado, inibe a produção de prostaglandina E2 por inibição da expressão da COX-2. Um extrato aquoso de cravo-da-índia inibe a reação anafiláctica pela redução da libertação de histamina pelos mastócitos em ratos.

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Hipoglicemiante

As pesquisas em laboratório mostram que os polifenóis extraídos dos botões florais do cravo inibem a produção de glicose nas células do fígado, melhoram a captação de glicose nas células musculares e inibem a atividade de duas enzimas, a alfa-amilase e a alfa-glicosidase, que estão envolvidas na digestão dos hidratos de carbono. Esta inibição pode ajudar a abrandar a conversão dos hidratos de carbono em glicose, contribuindo assim para uma melhor regulação da glicose no sangue. Além disso, os extratos de cravo apresentam propriedades análogas à insulina, reduzindo a expressão da fosfoenolpiruvato carboxiquinase e da glicose-6-fosfatase, o que limita a produção de glicose ao nível hepático. O cravo e a insulina regulam a expressão de numerosos genes comuns ao nível hepático.

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Antiagregantes plaquetários/Anticoagulante

O óleo essencial de cravo e, principalmente, o eugenol e o acetileugenol inibem a agregação plaquetária ao reduzir in vitro a formação de tromboxano pelas plaquetas.

Anti-histamínico

Os extratos dos botões de cravinho inibem a libertação de histamina pelos mastócitos in vivo e in vitro, devido especificamente ao eugenol que contêm. Uma parte do efeito antialérgico do eugenol poderá dever‑se à sua capacidade de induzir a apoptose, ou morte celular programada, dos mastócitos. Os mastócitos são células que desempenham um papel chave nas reações alérgicas.

Anticancro

Investigações de laboratório (estudos in vitro) mostraram que o cravinho pode ter efeitos benéficos no combate ao cancro. Esses estudos observaram que o cravinho pode inibir o crescimento e a adesão das células cancerígenas, perturbar a comunicação entre essas células, induzir a sua morte programada (apoptose) e gerar espécies reativas que podem danificar as células cancerígenas. O ácido oleanólico e outros compostos presentes no cravinho parecem desempenhar um papel importante nesses efeitos. Uma revisão científica de 2012 (Jaganathan & Supriyanto 2012) examinou detalhadamente essas propriedades do cravinho, nomeadamente do eugenol e de alguns dos seus derivados. Essa revisão salientou o seu potencial na prevenção e no tratamento de vários tipos de cancro, como melanomas, tumores cutâneos, osteossarcoma (cancro ósseo), leucemia, cancro da próstata resistente a terapias hormonais, o hepatoma HepG2 (uma forma de cancro do fígado), linfoma e cancro gástrico. Estes efeitos foram observados em culturas de células cancerígenas e em modelos animais.